Qualquer transição de paradigma implica alterações aos modelos de negócio. O paradigma digital aumenta essa necessidade, bem como aumenta a profundidade dessa transição.
Para a transição digital não bastam adaptações e ajustamentos, é necessário proceder a alterações profundas ou mesmo disruptivas.
Tal facto acontece porque o atual paradigma digital assenta em 2 tecnologias que aceleram o tratamento de quantidades massivas de informação e a sua comunicação ou partilha à escala global. As tecnologias são como sabemos, a computação e tratamento de dados e as telecomunicações. Tecnologias que não só foram desenvolvidas, como foram miniaturizadas e colocadas ao serviço do individuo, de forma portátil, aumentando a mobilidade.
Uma outra característica deste paradigma digital é que a sua tecnologia não é estável, isto é, tem intrínseca, uma considerável velocidade de desenvolvimento e mudança.
Cada novo smartphone, servidor ou outro qualquer equipamento que surge no mercado, apresenta um sem número de melhorias e novas características, que permite logo pensar em novas e inovadoras soluções para satisfazer melhor clientes e consumidores.
Facto que nos permite afirmar que neste paradigma estaremos em constante evolução e mudança.
Os economistas que estudam as longas series (longo prazo) da economia, afirmam que estes paradigmas duram pelo menos 70 anos. A criação do paradigma digital iniciou-se com a invenção do computador pessoal; contudo a sua conjugação com o telefone, originando o telemóvel pré-smartphone só surgiu no final dos anos 90. Creio que poderemos afirmar que vamos viver neste paradigma de velocidade e mudança suportado na tecnologia digital, por, pelo menos mais uns 30 anos.
Aqui chegados concluímos que o paradigma digital provoca não uma transição digital que depois de efetuada se estabiliza, mas uma constante e permanente transição, cujo impacto nos modelos de negócio também vai ser constante e permanente.
Precisamos, pelo exposto, de ter empresas com recursos, cultura e pessoas preparadas para este desafio. No fundo precisamos de organizações ágeis, organizações que se adaptem em vez de mudarem.
Estas organizações necessitam de pessoas com competências e atitudes diferentes, assim como de novas metodologias e tecnologias digitais.
Vamos deixar sem análise neste artigo, a dimensão da tecnologia digital e forcamo-nos nas pessoas e nas metodologias.
No que respeita a pessoas, as organizações necessitam de pessoas colaborativas, resilientes, que enfrentem a ambiguidade e a incerteza sem ansiedades, que tenham um espírito critico para questionar permanentemente a realidade e que tenham uma natural e permanente vontade de aprender. Necessitamos ainda que estas pessoas conheçam e dominem as tecnologias e sistemas inerentes à sua profissão.
Anteriormente recrutava-se, para funções fora das tecnologias, essencialmente com base no conhecimento científico e/ou técnico e nas atitudes comportamentais. Hoje necessitamos também que as pessoas conheçam equipamentos e softwares para poderem desenvolver a sua profissão. Por exemplo ao nível do controlo de gestão, já não basta saber de excel, é necessário saber de Microsoft Power BI.
É ao nível das metodologias que os modelos de negócio vem preencher uma lacuna no âmbito do pensamento estratégico, uma vez que os processos e modelos tradicionais foram desenvolvidos para responder a ambientes estáveis.
Vejamos qual a definição de modelo de negócio. Oliver Gassmann, Karolin Frankenberger e Michaela Csik, afirmam que um modelo de negócio deve responder a 4 perguntas fundamentais, de forma clara e facilmente entendível por qualquer pessoa:
Um modelo de negócio deve ainda cumprir a premissa de apresentar-se como uma “fotografia holística” que permita perceber de imediato e com facilidade como se articulam as respostas às questões colocadas e como a organização cria valor.
Existem variadas formas de responder a estas questões e, a resposta a cada uma delas implica muita recolha e análise de informação.
A metodologia mais famosa e mais usada como modelo de negócio é o business model canvas (BMC). Esta metodologia responde a tudo isto e permite não só desenhar o modelo de negócio atual, como, partindo deste, compreender o que existe para transformar ou disromper.
O BMC é uma aplicação concreta e especifica do Design Thinking, utilizando por isso as suas dinâmicas e princípios que facilitam a criatividade, o trabalho em equipa e a participação de todos.
Neste “admirável mundo novo” temos muitos e aliciantes desafios para nos adaptarmos constantemente, criarmos organizações ágeis e darmos-lhes um propósito e capacidade estratégica que as faça perdurar. Para isso necessitamos de aprender constantemente, adotar metodologias de modelos de negócio, estar atentos e mudá-los com a frequência necessária.
Cookie | Duration | Description |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |