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Está órfã, a ciência em Portugal

Está orfã, a ciência em Portugal. Foi esta a sensação com que fiquei ao ouvir os discursos efetuados no lançamento do livro “40 Anos de Políticas de Ciência e Ensino Superior” de Maria de Lurdes Rodrigues e Manuel Heitor, hoje no auditório principal do ISCTE-IUL. orfa-ciencia-portugal O livro foi apresentado por José Pacheco Pereira, com a presença, óbvia, dos autores e das mais relevantes instituições do sistema de ensino português[1]1. Simultaneamente, o evento e o livro, constituem uma homenagem a José Mariano Gago. Esta orfandade deriva da morte do homenageado, a 17Abr15, pois segundo os vários oradores, o sistema científico e de ensino superior, bem como a sua dinâmica deve-se, essencialmente, às ideias de José Mariano Gago e à sua capacidade para as discutir e conjugar esforços para as concretizar. Com a extinção, na atual legislatura, do ministério que tutelava, com a sua morte e com os cortes orçamentais operados na área, o sistema cientifico ficou estagnado e sem uma visão de futuro. O livro apresentado compila o percurso evolutivo da ciência e do ensino superior nos últimos 40 anos, contribuindo assim para a definição do caminho futuro. Trata-se de um contributo científico muito relevante e oportuno, pois a ciência é a grande base da inovação e esta, um dos grandes drivers de desenvolvimento da sociedade. A oportunidade surge do atual fundo europeu de desenvolvimento regional, onde a investigação e a inovação são pilares fundamentais. As responsabilidades de Portugal nesta matéria são ainda reforçadas pelo facto de o comissário da investigação, inovação e ciência ser português. Urge, como diria Mariano Gago, manter a corrente continua que alimenta a ciência e evitar que alguém a interrompa, que é o mesmo que dizer, importa discutir o futuro da ciência e do ensino superior face aos atuais desafios. CNE, CRUP, CCISP, APESP, CLA, A3ES, ABRIC, SNESup, SPGL e Federação Académica de Lisboa.
  • Artigo escrito em 2015

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