Os comportamentos de consumo mudaram, não apenas porque a dureza da ultima crise induziu comportamentos mais cautelosos, mas também porque deixámos de acreditar no futuro.
Não quero com isto dizer que, de um momento para o outro, ficámos todos pessimistas; apenas que deixámos de conseguir projetar com algum grau de conforto, o que pode acontecer no futuro; facto que reforça ainda mais um comportamento cauteloso ou até conservador relativamente ao consumo.
Vários factos contribuem para esta minha opinião, o mais relevante é a edição de 12 a 18 de outubro da Revista Economist onde se analisa o nova normalidade da economia.
Nessa edição refere-se que a correlação entre inflação e emprego já não se verifica e que, por consequência, as regras de análise e projeção económica também atravessam o seu processo de reconstrução à luz do que chamo o Paradigma 4.0; ou seja as leis e regras da economia, agora dita clássica, deixaram de funcionar desde à 10 anos, é necessário reinventá-las.
Mais emprego não origina, nos dias de hoje, um aumento de consumo que faça crescer a inflação. Em minha opinião, porque o comportamento de consumo mudou. Nem mesmo com a conjugação de juros baixos, pois um empréstimo implica confiança e perceção positiva sobre o futuro, no caso de uma tomada de decisão responsável.
É esta impossibilidade de projetar o que quer que seja sobre o futuro, dado o mundo VICA/VUCA em que vivemos que altera o comportamento de consumidores, organizações e entidades politicas e origina, por exemplo, níveis de poupança incrivelmente altos como o alemão e um crescimento anémico apesar de politicas como o quantitative easing.
Como reflexão, penso que a dinamização e o crescimento da economia não se farão mais segundo as regras anteriores porque o risco e a incerteza sobre o futuro aumentaram drasticamente. Assim apenas medidas que impliquem um risco baixo poderão dinamizar consumo e investimento.
Como não podemos mudar o contexto e a consequente perceção sobre o futuro, talvez medidas claras com impacto no presente, como a redução de impostos, que origina um aumento real e imediato do poder de compra e do cash-flow , possa ser um outro caminho para a crescimento e bem estar.
Têm os economistas e os políticos um grande desafio 4.0 pela frente.
Recomendo a leitura dos artigos da referida revista.
Cookie | Duration | Description |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |